Não, impossível e surreal eram as palavras mais adequadas para a situação na qual eu me encontrava, confesso que fiquei bastante surpresa ao vê-lo tranquilamente dormindo em minha cama. Um minuto, foi exatamente o tempo em que parei para admirá-lo em meio a todo o choque que era vê-lo após 06 meses. Estava exatamente igual como se nenhum maldito dia houvesse passado desde o nosso ultimo encontro, nem mesmo um fio de cabelo parecia ter crescido, eles continuavam lá macios, pretos e brilhantes em forma de cachos cobrindo o topo de sua cabeça em um volume totalmente perfeito. Suas roupas pareciam às mesmas também, uma calça jeans moderninha e a camisa preta que se ajustava com precisão em seu peitoral firme, que agora subiam e desciam em ritmo lento por sua respiração pesada, voltei minha atenção para sua boca entreaberta que me dava uma vaga visão de seus dentes brancos no qual eram um perfeito contraste de seus lábios avermelhados. Com muita luta interna saí do quarto sem acordá-lo andei alguns passos até a cozinha, peguei um copo em cima da bancada em seguida fui à geladeira e retirei a garrafa de vinho que minha mãe mantinha lá, virei meio copo quase instantaneamente com a mesma rapidez enchi o copo mais uma vez, era muito para se digerir, procurei então em minha mente a primeira vez que o vi, estava na boate preferida da minha melhor amiga Austin a km de distancia da pacata cidade em que vivemos, estávamos comemorando a nossa aceitação do curso de psicologia da faculdade e foi em meio daquela batidas absurdas que me vi dançando com ele, não percebi de imediato seu rosto, me deixei apenas me levar pelo compasso agitado da música, senti suas mãos firmes descer por minhas costas e pousar em minha cintura me puxando suavemente em sua direção automaticamente joguei meus braços em seu pescoço com uma das mão agarrando levemente sua nuca de olhos fechados não pensei mais em nada era se uma força magnética me atraísse mais e mais em sua direção, nossas respirações estavam totalmente sincronizadas, só me desliguei desse fato quando sua voz nitidamente chegou quente em meu ouvido:
- Comemoração de aceitação certo?
- Sim – respondi com a voz um pouco fraca, obrigada tequila por estar indo embora!
-Como você soube? – disse eu após uma longa pausa
Não houve resposta tudo o que eu lembro é que no momento seguinte sua boca estava cobrindo a minha com movimentos delicados porem urgentes assim que percebi esse detalhe correspondi com a mesma intensidade e ainda sim balançamos juntos com o ritmo da música, agora mais lenta – Bem conveniente pensei eu.
E então ele para em meio de tudo e me olha. Foi a primeira vez que vi seu rosto. E era lindo, naquele breve momento o fotografei com a mente, eu já saí com várias caras bonitos, mais nenhum deles se comparava a ele, seus olhos castanhos gentis me olhavam com uma mistura de expectativa e receio.
- O que foi que você perguntou mesmo?
- Deixa para lá – eu falei ainda absorvendo cada detalhe de seu rosto, se não fosse suas mãos quentes sob o decote das costas do meu vestido eu podia jurar que estava sonhando, com toda fumaça e as luzes piscantes da pista. Ficamos ali dançando e nos beijando entre uma música e outra sem nem ao menos nos apresentarmos, simplesmente não vi necessidade disso no momento.
- Hilary! Sua amiga esta chamando você, ou melhor, ela está vindo para cá – disse ele ao meu ouvido, me chocando porque afinal...
- Como você sabe meu nome? – Perguntei confusa mais antes da sua resposta Austin, a estava me puxando pelo braço e dando ao desconhecido um “Tchau” nada educado.
- Você pode me explicar o que foi isso? – Eu disse assim que chegamos ao carro
- Isso o que? – Perguntou ela pouco a vontade
- Esse seu “Resgate do soldado Ryan” – Disse eu apontando para mim sugestivamente, ela riu
- Não seja tão dramática Hilary, é só que... Que eu acho que vi o Daniel lá.
- Austin já faz um ano, você vai ter superar isso algum dia, você pelo menos devia ter me dado a chance de ter perguntado o nome dele. Acho que eu estava ocupada demais para perguntar antes! – Falei rindo com a lembrança – Sabe o que foi estranho? Ele sabia o meu nome e nos olhos dele tinha algo como... Como um reconhecimento, mais eu juro que nunca o vi.
- Sei agora você sentiu amor a primeira vista?
Rimos durante o caminho de volta mais eu senti que a Austin estava preocupada com alguma coisa, dava meio que para sentir isso quando eu o mencionava, até hoje eu sinto que tem alguma coisa que ela esconde de mim mais a minha oportunidade de saber veio a meu encontro na cozinha e lindo como só ele rindo e me dando um...
- Bom dia meu amor!
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